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BIBLIOTECA EM PRAÇAS: REFLEXÕES

Foto do escritor: Humanismo CabocloHumanismo Caboclo

Ocupar algumas praças de Teresina com uma biblioteca sempre reclama reflexões. Primeiro, a palavra praça vem do latim – platea – que significa “rua larga, espaço para reuniões públicas”. Precisamos lutar por esse existir público onde se partilham ideias, produtos, artes... Num mundo individualista e consumista, necessitamos de outros percursos. (PAUSA). Segundo, ao disponibilizar livros para crianças e adolescentes desejamos fomentar experiências pessoais de contemplação. Ao apreciar um livro, o leitor está só diante de um outro mundo. Eu e o outro. (PAUSA). Nessa experiência, cada leitor exercita formas de compreensão: compreensão de si; sobre outros; sobre signos; sobre tudo... Ampliar o entendimento humano é fundamento para pessoas e sociedades tolerantes, justas e capazes de criar. (PAUSA).

Não se lê na intenção de conquistar uma fim prático; lê porque somos seres de linguagem. Um ser cultural que aprecia descobrir, experimentar, sentir, partilhar, imaginar... Nada de um fim imediato; pelo contrário, a mediação infinita... (PAUSA). Em meio a esses sentidos, ocupar uma praça é navegar em meio às contradições e potencialidades humanas e reafirmar compromissos com uma sociedade ética, justa e humanista. (PAUSA). Lê-se pois deseja-se mais: mais vida, mais afetos, mais compreensão, mais trocas, mais sentidos, mais justiça, mais mais mais




O que dizer desses dois irmãos? Eles não faltam ao nosso encontro semanal. Sempre envolvidos. O que passa na completude de cada um? (PAUSA). Não é possível saber. Nem eles saberiam expressar. (PAUSA). O que se percebe são seus envolvimentos. Leem... Indagam... Riem... Comentam... (PAUSA). Não há celular. Tampouco conversas distraídas com colegas. Apenas cada um deles e os livros escolhidos por eles mesmos. (PAUSA). Lembro-me que, quando leio, estou, naquele momento, em sincero estado de vivência de mim mesmo. Eu e emoções... eu e indagações... eu e sensações... eu e nada... eu e tudo...

Na manhã de sábado, na praça dos Orixás, sensibilizei meus sentidos para integrar-me com a praça viva... As rolinhas fogo-pagô com seu canto melancólico... A lagoa dos Orixás plácida sob a majestade de algumas garças que a sobrevoam... As formigas ouriçadas após a chuva do dia anterior... O ar matutino úmido e refrescante... A brisa suave... E passei a ler Andersen e sua versão da “Polegarzinha” enquanto aguardava os leitores...




Frequentemente publicamos um convite nas redes sociais do Humanismo Caboclo. Não sei bem se funciona como convite. Nunca alguém nos visitou por ter visto o convite nas plataformas virtuais... (PAUSA). E por que repetimos? Insistimos com a divulgação dessa outra possiblidade de existir. Não mais um convite, mas um ponto de inflexão nas vias expressas das redes sociais. (PAUSA). Por que não ir à praça num sábado para ler? Por que não levar a família para um piquenique com livros e brincadeiras? Por que não experimentar outras possibilidades?




Ao indagarmos, na praça da igreja São Raimundo (Parque Wall Ferraz), sobre a semana que se passou em suas escolas, aquele silêncio das crianças. Partimos para perguntar sobre o que aprenderam. “Operação de somar!”. A partir daí passamos a brincar com contas simples de somar. Que mais estudaram? Nada. (PAUSA). Não me recordo como iniciamos a brincar com adjetivos. Inicialmente, demonstraram incompreensão. E como você definiria seu colega? “Inteligente”; “bonita”; “meiga”; “amor” (explicamos que o adjetivo é amoroso); “engraçado”; “gentil”; “bom”... (PAUSA). As crianças têm tanto a dizer; tanto a explorar; tanto a descobrir. Talvez se tratássemos mais os educandos como atores de sua formação, teríamos uma escola mais significativa. (PAUSA). Talvez. (PAUSA). Ah, já ia esquecendo: “Artur, aqui você pode desenhar o que quiser! Eles deixam”.





























 

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