Neste dia 22 de março, realizamos a primeira etapa da “Formação Político-Social de Jovens do Campo” na EFA (Escola Família Agrícola) de Miguel Alves. 51 jovens moradores de comunidades rurais do município, entre 13 e 17 anos, participaram de nosso primeiro módulo que tinha como objetivo: sensibilizar jovens sobre a importância de seu protagonismo para a promoção de uma sociedade solidária e justa. A formação é realizada pelo Humanismo Caboclo em parceria com a Funaci e Fundação Santa Ângela e conta com a colaboração dos estudantes extensionistas da Licenciatura em Ciências Sociais: Alfredo Matias Pereira Junior, João Francisco da Silva Cardoso, Maria do Rosário Rodrigues e Maria Laura Figueiredo de Sá Pereira.
O diretor da EFA, professor Raimundo Melo, destacou que era “um dia especial por trazer as universidades para nossa escola”. Além do programa de extensão Humanismo Caboclo, da Uespi, havia um grupo de professores do PARFOR (Ufpi). Este é um pilar da extensão universitária: fazer trocas de saberes e experiências com coletivos sociais e pessoas.
A vice-presidente da FUNACI (Fundação Padre Antônio Dante Civiero), mantenedora da EFA Miguel Alves e mais seis EFAs no estado do Piauí, Vânia Vieira, partilhou sua alegria com “a ideia de protagonismo, do fazer acontecer. Aprender com o que os jovens vivenciam na comunidade”. A tônica da formação é o protagonismo dos jovens pela compreensão de suas realidades, da valorização de suas vivências e a proposição de transformações para construir um campo verdadeiramente justo, fraterno e democrático.
Na programação da primeira etapa os jovens tiveram oportunidade de apresentar suas comunidades a partir de suas potencialidades, mas também dos desafios para viver num campo com melhores condições: energia elétrica de qualidade, financiamento para a agricultura familiar, boas estradas, espaços para atividades esportivas, sociais e religiosas etc. O coordenador do Humanismo Caboclo, Luciano Melo, orientou uma reflexão sobre os desafios postos para os jovens viverem num campo que, de fato, garanta dignidade com a prestação de direitos fundamentais: saúde, educação, economia sustentável, cultura, arte, esportes, trabalho etc.
O educador e presidente da Funaci, Antônio Carvalho, discutiu com a juventude os diversos movimentos sociais que contribuem para uma sociedade verdadeiramente justa e inclusiva: desde o MMTR (Movimento de Mulheres de Trabalhadoras Rurais) aos sindicatos e associações de moradores.
Ao final, foi apresentado um desafio para os jovens participantes: propor uma ação política a ser desenvolvida junto à sua comunidade política. O próximo módulo, a acontecer no dia 10 de maio, essas proposições de protagonismo juvenil serão objeto do processo formativo dos jovens participantes.
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