Nesta última sexta-feira à tarde, na Praça do Santa Sofia, experimentamos a leitura em grupo. Um livro com letras grandes onde todos podiam acompanhar a leitura. Cada criança lia uma parte da narrativa. Em meio às passagens da história, passamos a indagar. Pronto! Quantas ideias! Quantos comentários que descontruíam certezas! Quantas interpretações! E as narrativas sobre as vivências de cada criança! Aprendemos tanto com essas crianças.Nesta última sexta-feira à tarde, na Praça do Santa Sofia, experimentamos a leitura em grupo. Um livro com letras grandes onde todos podiam acompanhar a leitura. Cada criança lia uma parte da narrativa. Em meio às passagens da história, passamos a indagar. Pronto! Quantas ideias! Quantos comentários que descontruíam certezas! Quantas interpretações! E as narrativas sobre as vivências de cada criança! Aprendemos tanto com essas crianças.
Com o passar do tempo, perdemos essa curiosidade ou essa expressão livre e instigante. Acomodamo-nos nas carteiras, ou bancos de igrejas, ou frente a aparelhos de TV ou tecnologias digitais, e, assistimos. Uma vida contada ou ensinada passa em
frente aos nossos olhos como também em nossos corpos e mentes. Em grande parte, essa passagem exterior abafa nossa curiosidade e liberdade de pensar, sentir e imaginar. Vivemos o que os outros nos passam. E nossa expressão mais singular e vivaz é aprisionada ou acomodada a fórmulas externas.
Como professor universitário, percebemos esse silenciamento do eu. Jovens e adultos acomodados ao desejo de aprovação. A sala de aula é um campo já mapeado para uma única direção – a aprovação externa. E a aprovação de si? E o embevecimento com as indagações e novas conclusões? E o entregar-se a movimentos de expansão humana?
Essas pessoas humanas acomodadas sufocam toda ação humana autêntica. Desde o silêncio que tudo sente ao debate contagiante de ideias. Não somente ideias ensinadas, mas reflexões desafiadoras e promotoras de olhares límpidos e éticos. Uma ética que compreende e promove todas as pessoas humanas. Um olhar que enxerga novas direções para superar toda expressão de injustiça e violência.
A Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo convida-nos a, de fato, ler e descobrir mundos. Mundos literários, mundos reais, mundos utópicos e éticos, mundos políticos, mundos das subjetividades e identidades, mundo de equidade e justiça... Ler tudo o que nos constitui: as palavras, vivências, memórias, relações cotidianas, artes, pessoas, mundos...
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