Aprender a pensar. Este foi um tema de um diálogo com crianças leitoras de nosso projeto. Quanto estranhamento! Elas tratam os exercícios de estudo escolar como sentido único de pensar. No Parque Wall Ferraz, na Grande Codipi, temos a roda filosófica onde pensamos sobre a vida. Debatemos desde o que aprendemos na escola, às relações nos grupos dos quais participamos, à escola que temos e a que sonhamos... Na tarde de sábado dialogamos sobre as relações entre o pensar e o bem.
Pensar com crianças compreende, primeiro, escutá-las. Educação sem escuta, sem a presença viva da(o) educanda(o) não é educação. A partir dessa escuta, indagamos: como foi isso? O que acham? Como se sentiram? Foi certo ou justo? Assim, descontruímos a naturalidade de tudo que nos cerca e conforma-nos. Tomamos tudo o que é habitual como a explicação correta e absoluta (o obscuro se refestela no hábito). E, pouco a pouco, criamos condições de nos fazermos sujeitos de nossas vidas. Ah, como é caro conquistar a independência no dia a dia! Para pausar a leitura: não existe vida plena sem sujeitos autônomos, criativos, justos e sábios...
Um pensar concreto que se volta para o cotidiano. Sim. Uma postura reflexiva que cada criança leitora apresenta frente ao seu mundo: sou presunçosa como a “minhoca Filomena” (Márcia Glória R. Dominguez)? O que é ser presunçoso? E qual “o segredo da amizade” (Wagner Costa)? Como demonstramos que somos amigos? O que é talento (“O gritalhão”, de Philip Waechter e Moni Port)? Podemos viver sem escutar e apreciar todos que estão à nossa volta? Nós somos diferentes (“Monstro Rosa”, de Olga de Dias)? Ou somos todos iguais? Como lidar com as comparações?
E um pensar alegre. Rimos ao ler. Contamos passagens de nossas vidas. Lemos com um olho na história e outro em nossas vidas... Surpreendemo-nos com as histórias... Emocionamo-nos com certos personagens... Por essas trilhas degustamos o pensar... Sem amarras... Numa biblioteca contemplando o céu... Em praças em meio à natureza e à magia... Com crianças leitoras diferentes, curiosas e entusiasmadas... E tantas experiências de vida...
Ah, Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo!!!
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