O programa de extensão Humanismo Caboclo iniciou um novo projeto de formação humanista: favorecer práticas de leitura e escrita junto com alguns integrantes do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes. Em encontros semanais, aos sábados à tarde, artistas e a equipe do HC reúnem-se para dialogar sobre, de um lado, dramaturgia, texto teatral, atuação, metodologia de formação de ator, leitura dramática etc., e, por outro lado, sobre as ações de ler, como estudar um texto, como associar estudo com produção de texto (ou, como a produção de texto orienta atividades sistemáticas de estudo). A ideia é desenvolver ações de leitura e escrita sobre artes cênicas que possam ser transformados em livros, artigos, projetos para oficinas de teatro ou pós-graduação.
Abreu junto ao coordenador do HC, Luciano Melo: seria possível retomar um antigo projeto de oficina de leitura e escrita realizado com um grupo de atores da Associação de Teatro Circo Negro, nos primeiros anos de 2000, junto ao Coletivo Piauhy Estúdio das Artes? Como se pontua sempre na experiência de extensão do Humanismo Caboclo, toda atividade extensionista nasce do diálogo aberto com sujeitos da sociedade civil. Essa abertura permanente e motivadora é fundamental para a cultura de extensão acadêmica. Assim foi criada essa parceria com Coletivo Piauhy que se define como “uma plataforma cênica que objetiva o ensino, pesquisa e criação artística”.
Diante do leque de ações de extensão do HC, seu coordenador situou essa oficina entre as atividades do projeto extensionista Leitura e Descobertas do Mundo. Inicialmente voltado para a formação de leitores entre crianças e adolescentes, o projeto passou a abraçar também a orientação da leitura como instrumento sistemático de estudos que orienta o desenvolvimento de ações humanistas de indivíduos e coletivos. Os itinerários extensionistas precisam ser abertos e flexíveis pois as mediações com a sociedade são plurais, desafiadoras e dinâmicas.
Sobre essa mediação necessária entre a universidade e a sociedade, a estudante de Ciências Sociais e extensionista do HC Joyce Ravena Freitas Bastos destaca: “a extensão universitária possibilita à população conhecer conhecimentos e técnicas para aprofundar saberes. Partilhar os conhecimentos acadêmicos é uma forma de estimular o pensamento crítico e transformar a democratização de ideias e espaços, além de propor reflexões para o reconhecimento da própria identidade. Estar junto com o Coletivo Piauhy Estúdio das Artes me possibilita troca de saberes, onde o teatro se encontra dialogando com o saber acadêmico”.
O Humanismo Caboclo, desde sua origem em 2010, busca pautar suas ações a partir de uma pedagogia humanista, dialética e dialógica à luz do educador Paulo Freire. Os saberes são construções de homens e mulheres, em contextos determinados, que podem contribuir com a formação cultural abrangente de todo ser humano e, assim, com a transformação dos mesmos e de sua história social. Este é o sentido fundamental de nosso humanismo caboclo: diálogo aberto e crítico com a diversidade humana e expansão de nossas potencialidades criadoras fundadas no bem e justiça social.
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