Como é bom alegria e confiança entre as crianças!
- Humanismo Caboclo

- 30 de out.
- 2 min de leitura

Na solidão da leitura, uma pessoa pode perceber-se melhor. Sentir os movimentos de suas emoções. Notar memórias e fantasias que navegam no seu ser. Ver suas ideias vagando em meio às palavras do livro.
Ler é uma aventura criativa. Não só pelas facetas das narrativas e poesias, mas pelos movimentos fantasiosos do leitor. Ao ler, a pessoa entra em sintonia consigo numa atmosfera única. Ela e ela. Que encontro fantástico e único!
Na manhã de sábado, compareceram Sophya e Kauã.
[“Só?” Não. Duas crianças encantadoras – Sophya e Kauã].
Pedi que sentissem a Praça dos Orixás a sua volta. Percebessem-na com seus sentimentos e sensações. Depois, pedi que escrevessem livremente. Quanto mais escreviam, mais imagens e sensações traduzidas por palavras. Escreve-se, também, para captar a beleza e a leveza da vida. Não necessariamente mensagens, redações, respostas de questões ou trabalhos acadêmicos. Escreve-se, pois, somos seres expressivos.

Uma percepção sensível e autêntica. Sem regras ou objetivos. Apenas um exercício de estar consigo. Sentir as delicadezas de si. Tocar na magia de si e das palavras. Um campo tão pleno e prenhe de possibilidades.
Como leram com orgulho o que escreveram. Kauã usou do recurso da enumeração e citou tudo o que chamou atenção a sua volta. Sophya partiu da descrição da praça. Depois, reportou-se à nossa biblioteca, os educadores voluntários e seus companheiros de leitura e brincadeiras.
Segue texto de Sophya:
“Alegria, paz, após ver os pássaros cantarem [...] os ventos e isso me dá uma alegria. Como a praça é alegre e podia ser melhor. Os brinquedos quebrados, a lagoa seca e poluída, praça suja. Mas isso acontece por causa de nós, seres humanos, porque jogamos lixo em todo lugar. E fico ainda mais feliz com a biblioteca do tio Luciano. Acho muito legal estar aqui com o tio Luciano, tia Régia, tia Salete, e, agora, com o tio Pablo. E com meus amigos Maria Luíza, Maria Laura, a outra Maria Luíza, o Kauã, o irmão da Maria Laura e da Maria Luíza. Na biblioteca a gente brinca e lê. Gosto muito de estar aqui”.
Também gosto de estar com essas crianças que exploram outras possibilidades do ler e do existir.

O Ryan, à tarde, contou-me que não havia entendido o livro que levara para casa: "A casa de livros do urso", De Poppy Bishop e Alison Edgson. A mesma percepção do sábado anterior sobre o livro que levara. Não o julguei. Apenas pedi que lesse para mim. Ao final, contou-me toda a narrativa. Daí, para escrever no seu caderno do leitor, foi um pulo.
Como é bom perceber alegria e confiança entre as crianças! Quanto mais envolvimento nas suas descobertas, mas a Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo se realiza plenamente.




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