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Foto do escritorHumanismo Caboclo

LER COM OS SENTIDOS


Hoje me permiti, logo cedo, na Praça dos Orixás, sentir. Sim, sentir. Deixar-me tocar pelo vento. O barulhinho dos livros ao serem movimentados pelos dedos de crianças. O peso das caixas dos livros. O som dos pássaros. Os sorrisos das crianças e suas belas narrativas. Os livros tremulando ao vento. Os sons das falas de crianças. "Tio". "Tio!". "Tio?".

Como é incrível ver não somente com olhos! Não somente escutar com os ouvidos! Sentir, perceber, levar-se também pelo olfato e tato. As artes convidam-me a perscrutar o universo com todos os sentidos. Um convite a sacudir os múltiplos modos de perceber e sentir. Nossa cultura cartesiana do ver com uma pretensa clareza e precisão bem como de escutar o que todos ouvem entorpece nosso ser essencial e autêntico.

– Tio, esse livro não possui palavras!


Lemos não somente palavras através de olhos. Mas com nossas experiências, emoções, fantasias, utopias, valores, dores... A narrativa que nos toca é aquela que desperta nossas sensações mais íntimas. Nosso campo sensório-afetivo é que nos conecta com o mundo. Não me identifico com um livro somente por que ele é um clássico ou reconhecido pela crítica. Eu leio intimamente, em silêncio profundo com meu ser. Ao ler estendo minha toalha na grama, ou na montanha, ou na lua, ou no mar profundo e passo a existir somente comigo. Um momento de oração profana. Uma contemplação sensível. Um silêncio onde me sinto.

A Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo convida cada criança leitora a ler-se. Abrir-se solitariamente e sensivelmente para contemplar o infinito pessoal de cada uma.


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