Chegar numa praça. Perceber as energias que circulam. Os cantos de pássaros. Os ventos. Os sons. Tudo é mágico. Pena que estamos anestesiando os sentidos para perceber as magias. Essas são os pequenos encantos: o deslumbre com uma luz do céu ou as cores de uma flor; a delicadeza das aves e o cheiro de terra após as primeiras gotas de chuva; um vento delicado numa tarde quente de Teresina; enfim, perceber
tudo a sua volta.
Essa magia é parte essencial das boas histórias. Tanto aquelas escritas em livros como as que são contadas por nossos pais e avós. Ao mergulhar em narrativas, viajamos pelo real e também pelo imaginário. Damo-nos conta de outros mundos, outras possibilidades, outras sensações e alegrias (também tristezas e medos)... Deslizamos por outros mundos de mim e do universo.
Conhecemos outros seres humanos, outros modos de ser e sentir. Descobrimos que somos mais que conhecíamos. Por isso, a surpresa... o encanto... o divagar em meio a tantas possibilidades... Ler nos possibilita mais.
Quando vejo essas crianças sobre os livros, presencio esse desejo de ser mais. Um mais bastante particular, próprio de cada pessoa humana. E esse desejo dialoga com o desejo dos autores das histórias. E ocorrem trocas. Cada criança leitora exercita, através da leitura, a arte de dialogar com outros modos de ser, fazer, sentir, imaginar...
Essa é uma das magias do viver. Encontrar-se com tantas outras possibilidades. Desse encontro irradiar-se em diversas direções e fazer-se mais e mais humano. Por isso, ocupamos algumas praças de Teresina, sob árvores e na companhia de histórias – descobrirmo-nos mais em meio às magias das narrativas e de cada um.
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