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Não somos loucos; somos leitores

  • Foto do escritor: Humanismo Caboclo
    Humanismo Caboclo
  • 6 de ago.
  • 2 min de leitura
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Pedi que Kauã me ajudasse a catalogar os novos livros da biblioteca. Expliquei que é importante aprender a cuidar de nossa biblioteca assim como de tudo que é importante e necessário em nossas vidas. Durante o processo, ele afirmou: "é legal. Experimentar livros novos!". No final da atividade: “foi a melhor tarefa que já fiz!”.

Podemos cultivar nas crianças o hábito da organização. Não de maneira abstrata, mas fazendo com elas. Estar presente, interagir com suas perguntas:

– Hipopótamo escreve com g?

Kauã não havia identificado a letra g na parte inferior da página. Crianças podem aprender a organizar o mundo à sua volta – sua estante de livros, guarda-roupa, material escolar... Logo que chegou, ele havia me pedido para arrumar cadeiras e mesas. Expliquei que este trabalho árduo não cabe às crianças. Organizar seu universo, cuidar de suas coisas e de si mesmo, sim.

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Nesta mesma manhã, a vó de Maria Luiza, Teresinha, presenteou-me com um lindo sorriso e uma boa notícia: sua neta havia passado no vestibular para Odontologia, numa faculdade privada, por meio de um programa federal que possibilita bolsas integrais. Como é bom estar presente! Interagir com as pessoas. Entrar em sinergia benfazeja com as pessoas à nossa volta.

Contemplar e contribuir com essas conquistas de estudantes provindos de escolas públicas. Perceber que o apoio familiar, o engajamento de professores e uma vontade luminosa de lutar por seus sonhos são ingredientes fundamentais a uma sinergia humanista. Mais que um vestibular ou futuro profissional, são vidas movidas por sonhos e desejos autênticos. Educar é mobilizar a integralidade da pessoa para seu desenvolvimento criativo e ético. Esta é a Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo.

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Conversando com Adão sobre o futuro da biblioteca na Praça São Raimundo Nonato (estamos com uma frequência pequena), ele trouxe seu pensamento: "os loucos criaram a arca e o avião, enquanto os espertos criaram o Titanic". Dialogamos sobre ansiedade, pressa, dar-se bem, o caminho mais breve... e nos indagamos: nossa biblioteca é uma ação de loucos? Que loucos somos nós que dedicamos uma parte de nossas vidas às letras e suas magias?

Particularmente, não gosto da expressão louco, pois esconde juízos de valor. Não somos loucos; somos apaixonados pela poesia das letras. Somos leitores. Apreciadores de outras esferas da vida. Seres singulares e fazemos de nossas singularidades um modo particular de viver.

Não somos loucos. Somos leitores.

 
 
 

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© 2019 por Humanismo Caboclo

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