Com quantos sentidos é feita uma biblioteca? "Leiturinha", "aulinha", "projeto de leitura"... estas são alguns dos apelidos inventados por nossas crianças leitoras.
– E chama biblioteca? Uma criança, surpresa, indagou.
O campo de significados de nossas crianças é que anima nossa biblioteca. É a seiva vivificante que impulsiona nossas crianças virem e retornarem. Construir um universo pessoal e significativo é condição para uma criança tomar uma biblioteca como sua.
As crianças não vêm com um único propósito – ler. Cada uma vem por inteiro, com suas experiências, expectativas e afetos. A Biblioteca Leituras e Descobertas do Mundo acolhe e busca interagir com esse universo único e sensível das crianças leitoras. Não desejamos somente que leiam, mas que se abram à infinitude do viver: ler, escrever, dialogar, sentir, rir, brincar, pensar, sentir-se em paz...
Ao viajar com as histórias dessas crianças reais, criamos um mundo pedagógico novo. Uma educação viva onde cada uma aprende consigo e com as demais crianças. Os conceitos e valores são elaborados na medida das trocas, conflitos e comunhões. Sim, conflitos. Onde há pessoa humana, há conflitos, raivas, angústias... Não idealizamos uma criança desejável; nossas atividades dialogam com pessoas reais e complexas.
Nossa biblioteca não se impõe na busca de um leitor imaginário. Pelo contrário, ela se abre para acolher crianças reais com seus sentimentos, potências e conflitos. A partir dessa acolhida, dedicamo-nos a construir novas relações, saberes e valores pautados num humanismo de sabedoria, liberdade, justiça e vida plena.
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